Vikings e Homossexualidade – Parte 1

Primeiro que VIKING era uma alcunha dada exclusivamente aos bandidos e/ou piratas nórdicos, saqueadores de cidades, os quais não exitavam em incluir dentre suas atividades matar inocentes e estuprar mulheres e homens, certamente algo que não se aplica nem a todos os povos e muito menos à totalidade dos homens que viviam entre aqueles que faziam isso.

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Segundo que, assim como em qualquer meio, havia homossexuais entre eles. Detalhe: Não eram tão mal vistos como se pensa. Alguns relatos mostram claramente que os vikings possuíam palavras (e, portanto, clareza sobre a existência da homossexualidade) para descrever atividade do mesmo sexo, algo que não indicava uma abominação ou ‘erro’ da natureza, pois acreditava-se que os deuses faziam as pessoas como elas eram e sempre com um propósito, quer fossem de ordem ‘profissional’ ou pessoal.

No entanto, como as necessidades da vida agrícola/ pastoral exigiam já naqueles tempos reprodução [não só para trabalhar na fazenda, mas para fornecer suporte aos pais na velhice], esperava-se que, não importando quais eram as preferências ou inclinações afetivas de cada indivíduo, este iria se casar e ter herdeiros.

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Dizem ainda alguns historiadores que ter outros parceiros sexuais pouco importava, desde que se casasse, tivesse filhos, e conformado pelo menos na superfície de normas sociais, de modo a não perturbar a comunidade. Esses escandinavos, que tentavam evitar o casamento por causa de sua sexualidade foram penalizadas em lei: um homem que evitava o casamento foi denominado fuðflogi [homem que foge do órgão sexual feminino], enquanto uma mulher que tentou evitar o casamento foi flannfluga [aquela que foge do sexo masculino órgão] (Jochens 65).

Basicamente, a homossexualidade masculina no contexto viking não era considerada como algo estranho ou vergonhoso, desde que o homem que mantivesse relações com outro mantivesse-se no papel “viril” ou ativo. Porém, o passivo era visto com certo desprezo, apesar da afeição de seu parceiro. Alguns diriam até que pouco mudou nos dias atuais, porém isto deixaremos para outro dia.

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Um detalhe importante! Deve-se lembrar que tanto as leis e quanto as sagas escritas e publicadas ao longo da história refletem a consciência cristã do islandês, sueco, dinamarquês ou norueguês dos séculos XIII e XIV, bem após o período pagão e sob forte influência do clero altamente machista e homofóbico, portanto cabe ressalvas. Mitos e lendas mais populares mostram deuses e heróis honrados, meio que ‘pais de família’ para colocarmos em uma expressão erroneamente e de forma preconceituosa propagada por aí. Isto pode, sim, indicar que o viking pré-cristão foi mais tolerante com a homossexualidade do que os que continuaram suas peripécias após o catolicismo dominar o norte europeu.

Continuarei a tratar disto em uma postagem mais adiante, combinado? Aproveitem e comentem, compartilhem mais fontes e deixem suas opiniões.

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